Uma pesquisa revelou se comer um ovo por dia faz bem para a saúde do coração.
Sabe-se que o ovo é uma boa fonte de proteínas, e além disso é sempre usado em dietas das mais variadas.
Mas houve tempos em que se diziam que comer muito ovo poderia aumentar consideravelmente o colesterol, causando doenças, principalmente relacionadas ao coração.
O consumo de ovos sempre foi algo comum, e isso no mundo todo. Por exemplo, nos Estados Unidos uma pessoa come em média 289 ovos por ano, uma média superior a 5 ovos por semana.
Isso acontece hoje porque as novas diretrizes alimentarem acabaram com a questão do alto colesterol, e muitos nutricionistas indicam que os benefícios do consumo de ovos é muito superior às preocupações que eles podem causar.
Hoje em dia os nutricionistas indicam que o colesterol não é tão letal quanto pensávamos há cerca de 40 anos. Mas eles concordam que as dietas não são coisas fáceis de se estudar, pois nem todo mundo pode ingerir as mesmas coisas e há formas e formas de se comer cada tipo de alimento.
Por exemplo, se você pede um cheeseburguer de bacon, coberto com um ovo frito e servido ao lado de batatas fritas. Qual desses componentes – carne bovina, gordura de porco, queijo, ovo, pão, batata frita mergulhada em ketchup (carregado de açúcar), ovo – é o principal problema?
O que dizem as pesquisas
Especialistas em cardiologia argumentam que o ovo não é o maior problema para o coração.
De acordo com Sanjiv Patel , cardiologista intervencionista do MemorialCare Heart and Vascular Institute no Orange Coast Medical Center, na Califórnia, Estados Unidos, indica que é uma boa alternativa limitar a ingestão diária de colesterol, comendo uma variedade maior de alimentos, como frutas, legumes, nozes, carnes magras e peixes.
“Consumir ovos é seguro, desde que não seja em grandes quantidades ao dia”, disse Patel à Healthline.
Pesquisas recentes
A mais recente pesquisa recentes realizadas por cientistas do Instituto de Pesquisa em Saúde da População (PHRI), da universidade McMaster e da Hamilton Health Sciences, em Ontário, no Canadá, utilizou 177 mil pessoas em estudos de longo prazo, em mais de 50 países.
Os cientistas partiram de uma premissa simples: considerar o ovo como uma rica fonte de nutrientes essenciais. A intenção era verificar o impacto que esse alimento tem em doenças, pois evidencias anteriores sugeriam que o colesterol é um grande perigo à saúde.
Utilizando o estudo, os pesquisadores contabilizaram 12.071 mortes, e 13.658 “eventos” de doenças relacionadas ao coração, como ataque cardíaco, por exemplo.
Usando informações de colesterol no sangue dessas pessoas, eles concluíram que não havia conexão significativa entre comer ovos e as mortes ou doenças que surgiram.
Isso fez com que eles concluíssem que, para a maior parte das pessoas, comer um ovo ao dia não eleva o risco de doenças cardiovasculares ou morte, mesmo que os fatores de risco sugiram o contrário.
Pesquisas anteriores
Estudos publicados na edição do The American Journal of Clinical Nutrition, uma publicação da American Society for Nutrition, relatou resultados variados ao examinar os níveis de ovos e colesterol das pessoas, inclusive quando a gordura e o colesterol foram considerados como o vilão das dietas.
Por exemplo, uma pesquisa publicada na revista de nutrição em 1982, constatou que o consumo normal de ovos não apresentou efeito sobre os níveis de colesterol ou incidentes de doenças coronárias – o estudo analisou apenas 912 pessoas.
Mais recentemente, em um estudo publicado na revista em 2001, pela equipe de pesquisa da Universidade Wageningen, na Holanda, analisou 17 estudos envolvendo 556 indivíduos para examinar os efeitos do consumo de ovos no risco de doença cardíaca coronária.
Imaginando que um único ovo tenha 200 miligramas de colesterol, os pesquisadores descobriram que comer um ovo adicional ao dia poderia aumentar o risco de uma pessoa sofrer ataque cardíaco em 2%.
Outros pontos
Mas os pesquisadores também observaram que o ovo tem mais do que apenas colesterol. Também traz potenciais nutrientes para prevenir doenças cardíacas, como vitamina E, folato, outras vitaminas do complexo B e ácidos graxos insaturados.
“Assim, tendo em vista a contribuição relativamente pequena dos ovos para a ingestão de nutrientes que podem ser benéficos na prevenção de doenças coronárias, a recomendação para limitar o consumo de ovos ainda pode ser válida para a prevenção de doenças coronárias”, indicou o estudo publicado em 2001.
Este é mais um exemplo do quão confuso é para as pessoas escolherem se devem ou não comer ovos nas suas dietas.
Mas para Patel, a pesquisa mais recente que justifica que os ovos são uma boa notícia para os amantes do café da manhã, devem ser consumidos com moderação.
“Você pode ficar tranquilo para comer um ovo ou dois no seu café da manhã”, disse ele, “mas, novamente, você não deve consumir uma grande quantidade deles”.